sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Conforme prometido - compostagem

Acertei, minha memória não me traiu. A proporção entre verdes e marrons é de 1 para 30.
Gostei muito de fazer a composteira em casa, agora implantarei uma aqui na casa de minha mãe (ainda bem que ela topa tudo).
Vamos à receita, conforme prometi.

Compostagem caseira - apropriada para casas, varandas, apartamentos e demais pequenos espaços.

Pegue um balde, bombona ou tonel grande (eu usei um de tinta que tem aproximadamente 50cm de altura e diâmetro de 30cm). Faça um furo de drenagem nele - optei por fazer na lateral, o mais próximo possível do chão do balde. Serve para escoar o chorume, um subproduto da compostagem que é muito rico em alimentos para as plantas e deve ser coletado para que possa ser usado, diluído em água, nas regas.
Utilizaremos os restos "verdes ou molhados"- aqueles que ainda contém água - da cozinha e do jardim e também folhas / galhos / caules "secos ou marrons" - assim chamados por já não conterem água. Os "verdes" são, por exemplo, as folhas descartadas da alface, do repolho, as cascas de ameixa, de batata, as ramas de cenoura e beterraba (a não ser que queira consumí-las, pois são deliciosas), cascas de ovo (essas devem ser bem lavadas e trituradas antes de irem para a composteira, cascas de tomate, restos de poda do jardim e assim por diante. Tudo o que seja orgânico e que não tenha sido cozido e temperado (nada de sal, óleo, vinagre na composteira, ok?). Não se recomenda o uso das cascas dos cítricos, pois não se decompõem a contento e tampouco de sementes, pois nem sempre morrem com a alta temperatura da compostagem e poderiam germinar depois, o que seria indesejado naquele lindo vaso que você resolveu plantar.
Já os "marrons" são aquela grama que você aparou e ficou secando num canto do jardim, as folhas secas da árvore do vizinho, as folhas do bambu e assim vai. Como não tenho marrons suficientes em casa (mania de cimentar tudo que esse povo tem nessa cidade...), fui ao Ibirapuera com vários sacos grandes para coletar os secos que precisava.
A proporção entre verdes e marrons é de 1 para 30. Ou seja, uma medida de verdes para 30 de secos (um pires, uma xícara, um balde... meça como quiser).
Comece forrando o balde com uma generosa camada de secos, logo coloque uma de verdes e siga intercalando. Isso feito, regue para molhar tudo (sem exagerar, não precisa vazar tudo embaixo não). Cubra com algo que deixe respirar e ponha para descansar. Eu tampei com folhas enormes de chapéu de sol e coloquei o balde debaixo do tanque na lavanderia. Convém escolher um lugar à sombra para esse descanso. Importante: coloque o balde em cima de, por exemplo, um tijolo, para que na saída da drenagem do chorume possa colocar uma vasilha ou prato coletor.
A seguir, regue periodicamente e revolva para ir misturando tudo. As regas são para controlar a temperatura da composteira, que poderia chegar a mais de 70 graus (o que acabaria com os nutrientes buscamos) e permitir a decomposição aeróbica da matéria orgânica. O revolver é para que haja oxigênio, já que buscamos uma decomposição aeróbica, e para que tudo se torne uniforme - cuidado ao revolver, não vá se queimar!
Nesse processo a compostagem soltará o chorume, um líquido escuro e muito nutritivo que pode ser utilizado como fertilizante líquido nas regas.
Para ajudar, podemos regar a composteira com água utilizada para lavar potes de iogurte ou caixinhas de leite, que contém bacilos e bactérias - as responsáveis pela decomposição da matéria orgânica. Há quem acrescente um Yakult à (primeira) rega para ativar o processo. Eu não fiz, mas lavava as caixinhas de leite e os potes de iogurte e colocava essa água na composteira.
Saberemos que o composto orgânico está pronto quando tudo tiver virado uma coisa só, marrom escura, que tem cheiro agradável e que não esquenta mais. O cheiro que terá é aquele delicioso de terra depois da chuva. O volume diminui consideravelmente. O balde da foto estava cheio até a boca e o que obtive foi o que vocês podem ver nela.
Chegado esse ponto, basta peneirar (sim, galhos e cascas mais duros e grossos demoram demais para se decompor) e utilizar em seus vasos e no jardim.


Sobre o mal-cheiro e a podridão: elas acontecem quando não há ar no processo de decomposição, quando essa acontece de forma anaeróbica. Para evitá-la, preste atenção à proporção verdes x marrons, revolva o composto regularmente e não exagere na água. O meu eu revolvi uma vez a cada 20 dias aproximadamente e deu super certo. O processo total demorou 5 meses.

4 comentários:

  1. Essa mocinha tá me saindo uma ótima professora de jardinagem, deve ser uma aluna nota 10!
    Bjão Elena!

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  2. Muito obrigada pelas dicas. Vou colocar em prática.
    Um abraço.

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  3. Sandra,

    depois conte como ficou. 'fabriquei' toda a 'terra' de um canteiro para mini-horta usando esse processo. Como o lugar do canteiro estava delimitado, usei ele mesmo como local de compostagem. Ficou ótimo.

    Beijos e obrigada pela visita!

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Eba! Mais matizes nas minhas cores!!

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