sábado, 12 de dezembro de 2009

Assim, dá até pra (quase) gostar de shopping


Não sou fã de shopping. Apesar de reconhecer que gastar dinheiro é uma ótima solução para dias de mal-humor, não faço uso desse tipo de terapia por questões monetárias e por princípios - acho que já temos demais, criamos lixo demais e devemos nos controlar para não comprar o desnecessário.
Mas meu desgosto por shoppings não se deve a isso (afinal, dá pra gastar $$ fora do shopping também). Nunca entrei num cassino, mas acho que deve ser igualzinho aos shoppings (ou à maioria deles): um lugar fechado, onde se perde a noção do tempo (em horas) e do tempo (chuva, sol, frio, calor, vento ou ausência dele...).
Aí, num dia de chuva, me rendi e fui conhecer o mais novo shopping de Buenos Aires - DOT Baires Shopping (êita nominho feio esse!). Havia ouvido comentários sobre sua arquitetura cheia de vidros, janelas e vistas da cidade. Depois um professor comentou sobre a decoração. Considerando que já se passaram vários meses desde a inauguração e de que não há mais filas quilométricas para entrar nele, fui. E gostei do que vi: LUZ NATURAL, PLANTAS DE VERDADE E JARDINS EXTERNOS.

Mesmo assim, nada como um parque, uma praça ou um belo jardim... E uma feirinha de artesanato, onde as coisas são mais exclusivas e mais a minha cara ;-)

Cerâmicas

Ó o que eu sei fazer!

Acabou... Agora só ano que vem recomeça a oficina de cerâmica da Municipalidad de Vicente López. Sentirei saudades, mas continuarei transformando barro em objetos usando as técnicas que aprendi até agora.

Mais, aqui.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Opuntias nativas da ribeira do Rio da Prata

Opuntia brasiliensis

Quando acabava de começar meu trabalho como voluntária no viveiro de nativas da Reserva Ribera Norte, assignaram-me uma tarefa ao melhor estilo batismo: inventariar (leia-se livrar os vasos de daninhas, afofar a parte superior da terra, trocar vasos, arrumar esses nos pallets...) as cactáceas.
Lá temos duas que são reconhecidas pelo Instituto Darwinion como nativas da região do Delta e costa do Rio de la Plata: a Opuntia brasiliensis e a Opuntia aurantiaca.
A O. brasiliensis comportou-se bastante bem. Fiz estacas novas, passei a vasos maiores, arrumei as fileiras. Temos umas plantadas na terra que agora estão espetaculares, florescendo e frutificando.
Mas o real motivo de assignarem essa tarefa aos novatos como eu é testar a persistência na hora de lidar com a Opunita aurantiaca. Seus segmentos se desprendem com muita facilidade da planta-mãe, ficando agarrados pelos espinhos com ponta ligeiramente em gancho em qualquer coisa que os toque: a pelagem de um cachorro, nossa roupa, minhas luvas (de couro grossas!), minha pele... Eita plantinha com vontade de viver e se propagar essa! Segmentos quase secos, todos mirradinhos, com a menor atenção, terra e água voltam a brotar.
Venci o desafio daquele momento. Desde então não venho mais lidando com as cactáceas. Os vasos estão novamente com daninhas, pois
não são de interesse paisagístico para as pessoas que procuram nativas. A não ser que alguém queira plantá-las como defesa anti-invasores (sejam humanos, felinos, caninos ou outros), é difícil alguém se interessar por ela. Estou há 7 meses trabalhando lá e nunca vi um vaso sequer ser vendido... Também, pudera: meses depois ainda encontro a ponta de alguns espinhos do lado de dentro de minhas luvas (de couro grossas)...

Opuntia aurantiaca - esses vieram grudados em mim para casa e foram plantasdos (só o tempo dirá por quanto tempo)


sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Alhos e bugalhos

Alhos, ok. Mas bugalhos? O que são bugalhos?
Uma breve busca na internet me levou a essa definição encontrada no Yahoo Respostas:

O motivo de as pessoas confundirem os dois se deve ao fato de ambos serem angiospermas.
Alho é o nome comum dado às várias espécies do gênero Allium, da família das aliáceas. Por outro lado, o bugalho é também conhecido como noz-de-galha. Trata-se do cecídio do carvalho, protuberância esférica e que contém formações semelhantes a tubérculos, contendo alta concentração de tanino. Bem, realmente à primeira vista são meio parecidos e as pessoas podem confundir.

Esquerda, um alho e direita, um bugalho

Fonte(s): Coluna Ooops - UOL - 17/02/2005

OK, convincente.

***

Agora vamos ao que interessa: os alhos que plantei aqui em casa (xi, já tô chamando a casa dos meus pais de minha... Faz um ano que estou aqui).

Tudo começou com dentes de alho já brotados (demais) para consumo na cozinha e minha eterna curiosidade em ver crescer aquilo que na prateleira do supermercado já vem 'pronto'. Também do fato das flores de alho serem lindas (à venda no CEASA, como flor de corte para decoração e arranjos florais) e de eu nunca ter visto uma aparecer como num encanto dentro de um vaso meu.
Ainda não cheguei na flor (e não sei se as chuvas permitirão que a planta sobreviva até lá), mas pelo menos sei que as cabeças de alho estão se formando a contento.
Hoje fui obrigada a tirar duas das plantas do vaso - chove e chove e chove e chove copiosamente nessa cidade e tudo anda mais para plantas palustres que para horta por aqui no momento. A parte aérea de duas plantas de alho havia apodrecido, então pude saciar minha curiosidade e ver o que estava acontecendo debaixo da terra.
Eis o resultado:

Allium sativum

A cabeça mais formada com dentinhos imaduros porém já aromáticos, foi pra panela ontem compor um delicioso molho para bifes bem altos de filé mignon cozidos ao ponto. Nham! Não sobrou nada para contar estória (nem sequer tempo para a foto).

Alguns dados do plantio de alho:
Quatro dentes já brotados foram plantados em abril;
Um deles não quis seguir viagem já logo no começo;
Dizem que para a cabeça se formar melhor, deve-se dar um nó na parte aérea, assim a seiva se concentra na raíz. Isso foi feito em outubro;
Após muitos dias de chuvas muito fortes, duas plantas não aguentaram. Hoje retirei as cabeças em formação da foto acima. Uma delas estava até dando uma segunda cabeça.
Uma planta continua no vaso, sem nó, para ver se chego até a inflorescência (acho que não...).

==> 09DEC09: essa semana colhi a outra cabeça de alho, já mais desenvolvida. Não agüentou a chuva... Beleza, agora o vaso está livre para a próxima plantação ;-)