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terça-feira, 9 de agosto de 2011

Bioconstrução





No viveiro estamos fechando o 'invernadero' (estufa) com garrafas PET. Parecia que tinhamos muitas... Faltarão várias mais. E não vale consumir mais para ter as garrafas, hein!!!
Vejam o que estamos aprontando, aqui.

Fotos - www.arn.org

sexta-feira, 18 de junho de 2010

E se fosse na sua casa?

20 de abril de 2010: derramamento de óleo no golfo do México, 11 mortos na plataforma de extração... O maior derramamento da história.
E se fosse na sua casa?

Siga o link, deixe o site identificar sua localização (ou preencha os campos) e leve um baita susto como aconteceu comigo...

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Dia do meio ambiente - na mídia

05 de junho de 2010 - Caderno 'Norte' - La Nación


06 de junho de 2010 - La Nación


12 de junho de 2010 - caderno 'Norte' - La Nación



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domingo, 6 de junho de 2010

Dia do meio ambiente - eis o resultado

Antes e depois

Trabalho em equipe



Houve vários grupinhos trabalhando em pontos distintos da Reserva e o resultado foi muito bom. Tive o prazer de conhecer e de trabalhar com Pedro e seus filhos Brenda, Alan e Santiago, que vieram munidos de rede, espetos, botas, luvas e muita disposição. Adrián também esteve no grupo antes de ser convocado pelo guarda-parques a outra tarefa.
O jornal La Nación esteve por lá fotografando e entrevistando. Hoje publicou uma foto e breve nota, mas acho que deve sair algo mais no caderno 'Norte' (específico aqui da região) semana que vem.
E hoje acordei com uma dor incompreensível no ombro... depois fui lembrar a quê se deve. Foi de carregar as ferramentas no ombro. Além disso, doem braços e pernas, mas é uma dor boa
(se é que se pode dizer isso).

Contem como foi o dia por ai.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Dia do meio ambiente

Jornada de limpeza da lagoa - liberando o espelho d'água para as aves (verão 2010)


Já sabe como vai comemorar o dia do meio ambiente (próximo sábado, 5 de junho)?
Não? Eu estarei recolhendo o resultado de nossos hábitos de consumo lá no refúgio Educativo Ecológico Ribera Norte.
Que tal fazer o mesmo em algum lugar que mereça onde você mora?


Marisa: gracias pela divulgação internacional ;-)
Leia mais no Blog da Paisagista (com fotos)

O bicho-homem consome, nem sempre joga no lixo, a chuva arrasta até o Río de la Plata e ele devolve quando inunda a Reserva...


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sexta-feira, 21 de maio de 2010



Ando vendo tanta coisa interessante que cada vez que penso em publicar algo não sei por onde começar e no fim continuo lendo e navegando e deixo de publicar essas maravilhas, o que é uma pena.
Dessa vez cruzei com algo que não posso deixar de compartilhar com vocês: Park(ing) day. Divertido, criativo, simples, barato, consciente.

Trata-se de uma idéia concebida por REBAR - um estúdio interdisciplinar de arte - desenho - ativismo de São Francisco. Em 2005, baseados em estudos de uso do solo público dessa cidade, chegaram à conclusão de que 70% desse espaço era usado para a circulação ou o estacionamento de veículos. Também descobriram que o município de São Francisco permite que as vagas de estacionamento sejam utilizadas com finalidade distinta ao estacionamento de carros propriamente dito e resolveram fazer uso desse direito para expressar de forma divertida e criativa a necessidade de mais áreas verdes na cidade. Tudo começou como Park(ing) - uma instalação de um dia - e logo se transformou em Park(ing) day - versão ampliada dessa idéia.

Em 2009 foram montados um total de:
* 744 parques,
* em 141 cidades,
* 21 países e
* 6 continentes (alguém afim de montar um na Antártida e incluir esse?).

Em 2010, PARK(ing) DAY acontecerá na sexta-feira, dia 17 de setembro de 2010.

Visitando a página do Park(ing) day network, descobri da América Latina já participam o Rio e Santiago do Chile. Deu vontade de fazer também - o que acham de participar? Estarei em Buenos Aires nessa data, alguém por aqui se habilita a montar algo comigo? E quem vai fazer um espaço em Sampa? Ou outra cidade? Vamos lá! Animem-se!!

Bom, vejamos por onde começo.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Granizo catástrofe - efeitos colaterais


Passou-se um mês desde o granizo catástrofe e o bairro continua com montanhas de telhas que tomam as calçadas. A prefeitura continua retirando, mas novas voltam a crescer. Felizmente dia 10 o vidraceiro consertou nosso telhado de vidro e os vidros laterais e sexta e sábado passados o 'techista' (telhadista? telheiro? 'arrumador' de telhados?) trocou as telhas. Mas ainda há muitas casas com gente andando pelos telhados. E desde aquele dia não voltou a chover! Caíram umas gotas para deixar todo mundo preocupado, mas nada que possa ser chamado de chuva, o que por um lado é um alívio, com tantos telhados propensos a goteiras, por outro, um problema: as plantas sentem e nós ficamos com o receio de como será a chuva vindoura...

Nossa montanha particular

Montanha cortante

terça-feira, 27 de abril de 2010

Granizo catástrofe


18 de abril de 2010, Olivos - Buenos Aires, Argentina


Alguém já viu a Terra se defendendo dos constantes ataques sofridos pelo ser humano e seu 'desenvolvimento'? Até domingo retrasado eu podia me considerar sortuda por nunca ter passado por um tsunami e nem ter estado presente em catástrofes consideradas naturais como vulcões ou terremotos (que não sofrem interferência do homem - será?).
Depois de me sentir apedrejada dentro do trem e não dar muita bola (afinal, granizo é algo conhecido), me espantei com o tamanho das bolas de gelo que pintavam de branco o gramado da praça que fica ao lado da estação de trens.

A foto não é muito boa, era noite

Mesmo assim, não dei muita bola... Mas quando vi uma reunião de vizinhos na rua falando sobre o assunto e mais ainda quando entrei em casa e vi o tamanho real da coisa (as bolas da praça já estavam bastante derretidas) comecei a achar tudo muito absurdo e sobrenatural.
O 'cambio climático' (como se diz por aqui) demonstrou a força da Natureza: fomos 'agraciados' com uma tempestade de granizo onde os gelos eram do tamanho de laranjas (ou bolas de tênis, se preferirem uma comparação de tamanho menos variável). Durou cerca de 10 minutos, mas foi 'eficiente' e seu rastro de destruição pode ser apreciado pelo bairro e ficará presente por mais um bom tempo. Uma semana depois ainda há muitíssimas casas com telhas quebradas (inclusive a de meus pais), as pilhas de telhas, vidros, lâminas plásticas e toldos se amontoa nas calçadas do bairro, carros com amassados e vidros quebrados agora fazem parte da paisagem. Dá-lhe judiar da pobre Gaia... Finalmente Ela resolveu se defender!

Quem não tem teto de vidro que atire o primeiro granizo

Vocês acham que se tivesse tirado a cadeira do meio do gramado ela teria sobrevivido ao incidente? Não tenho certeza... Havia outras três empilhadas debaixo do telhado da churrasqueira e, não perguntem como, só a última debaixo ficou inteira...

Os bairros de Olivos, Martinez e região foram os mais atingidos. Vê-se gente andandando por tudo quanto é telhado.

Se não são pilhas assim, são caçambas pequenas ou grandes ou sacolas de entulho se acumulando pelas calçadas - a prefeitura não dá conta de recolher.

O bom é que ninguém que conheço se machucou. Então brindemos: enquanto uns tomam whisky com gelo do glaciar Perito Moreno, brindamos com coca light e "gelo dos deuses" ;-)


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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Laguneada: consertando o que desequilibramos

Apreciando o trabalho do dia - 30 de janeiro de 2010

Fotos: Ricardo Caminha

Na Reserva Ecológica Ribera Norte há um conjunto de lagoas e cursos d'água que as intercomunicam e que também interagem com o Rio de la Plata que está logo ali. Infelizmente a ganância imobiliária, como é seu costume, quis e ganhou terras inundáveis ao rio, recheando áreas para construir e logo vendo-se obrigada a recorrer a barreiras para impedir que o rio reclamasse as terras que eram suas de direito quando ele cresce.
Isso significa que águas de chuva vindas da 'barranca' (uma elevação que delimitava originalmente o fim das terras iniundáveis) que antes alimentavam as lagoas da reserva já não o fazem e que as águas da lagoa, mesmo com as crescidas do rio, são muito mais paradas que o desejado para manter um equilíbrio de, por exemplo, plantas aquáticas.
Assim sendo, a galera da reserva se vê obrigada a recorrer às ditas 'laguneadas' para liberar o espelho d'água. Sem espelho visível, muitas aves não pousam - acham que é terra o que há debaixo do tapete de plantas aquáticas. Isso significa que não constróem ninhos. E que não se reproduzem. E que... Enfim, vocês já entenderam.
Um dos orgulhos da Reserva é que habitam nela mais de 10% das aves nativas de todo o território argentino. A idéia é manter isso, diminuindo a quantidade de plantas exóticas - que além de tomarem o espaço das nativas não fornecem alimento à fauna local (mas isso é outro assunto). Outra coisa que podemos fazer e fazemos a cada 15 dias no verão é limpar a lagoa do excesso de plantas aquáticas, de lixo, diminuir a quantidade de exóticas (como o lírio Iris pseudacorus) que formam verdadeiras ilhas flutuantes e diminuem ainda mais a superfície de água.
Ai vão algumas fotos das laguneadas desse ano. Não são fotos minhas, mas na maioria dos casos não sei dizer quem as tirou... Se os autores se manifestarem, terei orgulho em acrescentar seus nomes.




Afundada na lama até acima do joelho

A ilha foi se formando pelo crescimento das Iris pseudacorus, que retém terra em seu emaranhado de rizomas. Logo cresceram uma Sesbanea punicea (Aqui Acacia mansa ou Ceibillo) com lindas flores laranjas e também algumas Erithrina crista-galli (aqui chamados Ceibo, a flor nacional da Argentina). As folhas que se vêem em primeiro plano infelizmente também pertencem à exótica iris... Nosso trabalho nesse dia foi cortar iris, coletar repolhos d'água (Pistia stratiotes) que seriam doados e retirar ao máximo outras aquáticas ('lentejas de agua' e 'helechitos de agua') para deixar livre o espelho da lagoa. Todo o material orgânico podado ou recolhido é jogado em cima da ilha, numa tentativa de afogar o rizoma das iris o suficiente para que paulatinamente perdam suas forças e não consigam voltar a crescer, o que dá certo lentamente (em outros pontos da lagoa estão resurgindo manchas de totora e outras nativas!!!).

***

Dia 27 de fevereiro haverá mais uma, estão todos convidados a se embarrar. Dessa vez eu passo, estarei longe, em terras tupiniquins. Mas esse fimde devo ir lá recolher lixo das trilhas - o rio andou muito alto esses últimos dias e nos devolve tudo aquilo que, em vez de reduzir, reciclar ou simplesmente jogar no lixo as pessoas jogam nas ruas e as chuvas levam até o rio. Se nós não queremos nosso próprio lixo, porque o rio haveria de querê-lo?

domingo, 5 de julho de 2009

Escultura urbana


Eles disseram que estavam 'aburridos' (sem nada para fazer) e que resolveram fazer essa escultura com o lixo que encontraram. Coisas que os cidadãos jogam nas ruas e que as chuvas levam para o ponto mais baixo, o Río de la Plata. Nas cheias, ele devolve tudo. Ontem essas escultura ainda estava nascendo. Hoje a vi mais completa (mas não tinha máquina para registrar). Amanhã quem sabe não exista mais. Coisas da vida urbana e do inexorável tempo.

domingo, 24 de maio de 2009

Reservas ecológicas urbanas

Definitivamente a vida aqui em Buenos Aires tem um ritmo diferente da de Sampa. Um amigo que passou um ano aqui à trabalho constatou que, apesar de também trabalharem horas extras, nem de longe se comparam às daí. E quando vejo no noticiário que o trânsito está parado, tenho que rir, pois os veículos todos estão andando a pelo menos uns 40km/h. Mas isso é assunto para outro post e para outro blog. Vim aqui hoje para falar de refúgios ecológicos urbanos em Buenos Aires.

Há alguns anos conheci uma reserva ecológica bastante grande que fica longe da casa de meus pais, na Costanera Sur, perto de Puerto Madero. E mais recentemente tive a oportunidade de visitar umas aqui perto. Ontem me inscrevi como voluntária numa delas. Começo em junho. Eba! Eles têm viveiro de nativas, fazem projetos de recuperação com nativas para dois museus, trabalham com escolas, reintegram animais silvestres ao ambiente natural. Em 10ha de terra e mais 10ha de rio fazem um trabalho bem bacana, mal vejo a hora de começar a sujar as unhas com a terra de lá.

Abaixo, trechos da Reserva Ecológica Vicente López, de 3,5ha, no bairro de La Lucila. Esta, menor, está mais "urbana", com trilhas mais fáceis de percorrer, menos trilha e mais caminho. Fui ver se precisavam de voluntários, mas já estão mais organizados e, por serem menores, não estão estruturados para isso no momento.

Vista da entrada, com o prédio de uma escola ao fundo (e helicópteros sobrevoando a área, apesar da proibição...)

Passarela pela lagoa semi-povoada de aquáticas. Regularmente fazem um trabalho de limpeza, do contrário as aquáticas ocupam todo o espelho d'água impossibilitando a vida de aves, peixes e tartarugas.


***
Estación ecológica Vicente López

Aberta de terça a domingo, das 9 às 17h no inverno e das 9 às 18h no verão.
Há possibilidade de agendar visitas guiadas e de ver filmes ou assistir a palestras didáticas.
Tel: (+54 11) 4711-2878/77
Paraná y el Río de la Plata (altura del 4000 de Av. del Libertador)


E abaixo a outra reserva ecológica, o Refugio Natural Educativo de la Ribera Norte, no município de San Isidro, onde serei voluntária :-)


Os sons de lá são deliciosos, dá vontade de nem voltar para casa, quando, de repente, um motor, um helicóptero, um auto-falante do clube vizinho nos trazem de volta à realidade...
São muitas as fotos que desejo publicar, um pouco demais, suspeito. Portanto, elejo algumas e coloco essas e outras mais num álbum no Webshots, para os mais curiosos e/ou interessados, ok?

Essa é a lagoa totalmente encoberta pelas aquáticas. Como não é época de patos e outras aves migradoras, tudo bem, mas depois é necessário limpá-la para que essas espécies possa voltar e fazer seus ninhos - elas precisam de um espelho d'água livre.

Há cerca de 1000 espécies de aves na Argentina e 200 delas podem ser avistadas nessa reserva em diversas épocas do ano. Essas pegadas são de uma garça.

Paisagem ribeirinha

Ai, que saudades de fazer uma trilha...


***
Refugio Natural Educativo de la Ribera Norte

Camino de la Ribera y López y Planes y Almafuerte (altura del 15.400 de Av. del libertador)
Tel.: (+54 11) 4747-6179
No verão, aberto de seg a sex das 9 às 18h e sáb, dom e feriados das 9 às 19h. Visitas guiadas às 17h
No inverno, diariamente das 9 às 18, com visitas guiadas apenas sáb, dom e feriados às 16h
Há também guiadas noturnas que acontecem sempre no sábado mais próximo à lua cheia. Essa atividade é paga ($12,00 agora em maio de 2009)
Visite também o site deles.
Há também um viveiro de nativas, usadas na reserva e na arborização urbana e recuperação de áreas públicas como as barrancas de dois museus (um em projeto e um em execução).

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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Transplantando árvores

Um amigo perguntou se é possível transplantar uma jabuticabeira que ele estima ter 50 anos de idade, apesar de não ser muito grande. Não tenho possibilidade de ver a árvore, estou a mais de 3000km de distância. Tampouco tenho experiência em transplantes de espécies grandes, mas sei que é possível fazê-lo.
Aproveito para postar a resposta que mandarei a ele, porque acho que pode interessar a mais gente e, principalmente, porque quero saber se esqueci algo crucial. Quem quer colaborar?


A pergunta

Olá Elê.

Aqui no terreno em que estão construindo umas casas tem uma jabuticabeira de uns 50 anos. Mas apesar da idade não é nenhum monstro de tamanho.
Seria possível transplantá-la pro meu quintal? Imagino os riscos do trampo mas gostaria de salvar a árvore.
Que acha?
Bjs.


E a resposta

Oi


Não dá para responder de forma curta, porque a cada coisa que escrevo, lembro de mais um aspecto importante. Então, vai em estilo manual mesmo, tentando descrever todos os aspectos envolvidos. Espero que ajude e estou à disposição se ficar alguma dúvida.
Não se assuste com o tanto de informação e, quando decidir e conseguir a autorização (veja o item sobre legislação), faça o transplante e me conte, ok? Pode parecer mais complexo do que realmente é.
Também há empresas que fazem esse serviço, posso procurar se tenho alguma referência aqui para te passar, eles podem te dar um orçamento e assessoria mais experiente.

Mas vamos ao que interessa. É possível sim transplantar a jabuticabeira.


O certo é fazer o transplante com tempo, de forma planejada, fazendo uma sangria. Trata-se de abrir uma canaleta em volta de 1/3 da raiz da árvore, colocar estopa ou saco de juta na parte externa dessa vala e encher com substrato (veja abaixo). Ai espera-se um mês para que esse terço solte novas raízes e faz-se o mesmo com o segundo terço. Mais um mês de espera e faz-se o último terço, já tirando o torrão da árvore e transplantando para o local definitivo.
Esse anel deve ser o mais longe do tronco possível, o legal seria deixar um raio de pelo menos 80cm a partir do tronco. Quanto menos se cortarem as raízes, melhor. É também muito importante que o torrão não quebre ao transplantar a árvore, para não abalar as raízes que ficaram.

Quando for efetivamente fazer o transplante, faz-se uma poda da parte aérea da árvore. Pode dois terços dos galhos e folhas, deixando um terço da parte aérea. Isso serve para a árvore não gastar energia mantendo as folhas e para que não perca água por transpiração, já que a prioridade dela será primeiro lançar novas raízes antes de voltar a crescer folhas. Sem raízes, ela não se alimenta.
O crescimento de folhas pode levar meses até começar. Para saber que a planta continua viva, podemos raspar a parte superficial de algum galho e ver se continua verde, o que significará que a seiva continua circulando. Mas não faça isso demais porque são feridas que ela terá que cicatrizar.

Como estamos no fim do verão (ela vegeta - cresce mais - na primavera e no verão) e quase entrando no outono, a tendencia é ela economizar energias e já não crescer tanto.

[Se precisar acelerar o processo, faça a sangria em duas metades: uma agora, espera um mês e logo retira a árvore.
Se essa espera também não for possível, veja se dá para esperar pelo menos 15 dias, ou então faça de uma vez só... mas ai já é bem mais arriscado.]

Antes de tirar a planta, amarre um cordão vermelho (ou outra cor chamativa) voltada para o norte (ou a parede do fundo, por exemplo, já que o transplante é perto) para poder plantar ela na mesma posição em que estava, pois a planta já está acostumada a essa insolação e direção dos ventos.


O preparo do berço (buraco para onde ela vai): é importante que seja o maior possível.
O buraco deve ser quadrado, assim as raízes encontram uma barreira que conseguem furar (quando é redondo elas muitas vezes enroscam acompanhando a parede e isso funciona como se fosse um vaso e a planta já não se desenvolve tanto quanto poderia).
Ao fazer o berço, peça para fazerem dois montes, um com os 20 a 30cm de cima da terra retirada (essa camada superficial é a parte que contém nutrientes) e outro com o resto. Nessa porção superior, misture calcário dolomítico (não é cal de construção), que ajuda a equilibrar o pH da terra (o ideal é ter um pH neutro entre 6 e 7).
Se quiser, compre o peagâmetro para medir o pH, mas dá para ir por aproximação sem muito erro. Os solos de São Paulo são invariavelmente ácidos, então temos que corrigir o pH (isso se chama calagem) adicionando calcário dolomítico. Se não fizermos isso, não adianta colocarmos outros adubos, pois a planta num solo ácido não consegue absorver os nutrientes (a não ser que seja uma planta que gosta de solo ácido, a minoria).
150g de calcário dolomítico por metro quadrado corrigem um ponto de acidez. Se for fazer sem medição, suba 1,5 pontos - ou seja, use 225g de calcário por metro quadrado. Eu tenho um monte de calcário em casa. Pede ao meu irmão. Está (...), lado direito. É um saco plástico com um pó branco que está aberto e amarrado. Pozinho chato, cuidado para não aspirar! Basta polvilhar naqueles 20 a 30cm mais superficiais que vamos separar e incorporar bem. A calagem deve ser feita pelo menos 30 dias antes.


Quanto ao substrato de plantio, vamos fazer uma mistura de 1/3 de substrato (por exemplo da marca Biomix, à venda no CEASA ou em garden centers como o da Av. dos Bandeirantes - o CEASA é bem mais em conta) + 1/3 de areia de construção média ou grossa (ajuda na drenagem) e 1/3 da terra do jardim que você tirou ao fazer o buraco - aquela camada superficial que recebeu a calagem. Se precisar, complete com algo da parte mais de baixo da terra. Importante quebrar bem os torrões e tirar todas as pedras, lixo etc. dessa terra que sai do berço.
Ainda no plantio, vamos decidir se você irá manter a jabuticabeira de forma orgânica (mais saudável e natural e sem adubos químicos ou agrotóxicos) ou química, com adubos químicos como o NPK e agrotóxicos quando forem necessários (mais fácil). Eu voto pelo orgânico, por se tratar se uma frutífera e porque sei que na sua casa as coisas crescem bem mesmo quando não lhes damos nenhuma atenção. Com o trato do berço na hora do plantio então, irá de vento em popa.


Na hora do plantio, é também muito importante que o nível do chão permaneça o mesmo. É preferível plantar a árvore um pouco mais alta que o chão (15cm), já que a terra irá invariavelmente ceder com o tempo. Não devemos compactar demais senão as novas raízes terão muita dificuldade em crescer. Ela nunca deve ficar mais baixa que o nível do solo, porque se o colo (um ponto entre as raízes e o tronco, não dá exatamente para identificar) for coberto, isso trará doenças futuras (o que pode demorar anos e até décadas para acontecer, mas certamente diminui a expectativa de vida e a saúde da árvore, afetando o crescimento, a frutificação, a resistência).


Para carregar a jabuticabeira há diversas formas, dependendo do tamanho e do peso dela. Uma tentativa pode ser a de passar uma corda no torrão, ai duas ou quarto pessoas erguem o torrão pela corda e mais uma ou duas erguem a copa amarrada (previamente podada como já descrito acima). Ao caminhar, é importante que o torrão vá na frente abrindo caminho, pois facilita o plantio.
Talvez seja necessário um caminhão-munk? Em agosto de 2008 o aluguel de um munk custava entre R$ 80,00 e R$ 100,00 a hora.


Quanto às regas, frequencia e quantidade, a jabuticabeira AMA água, ela bebe muito. O sistema ideal de rega dela é o por gotejamento, ou seja, fica pingando água nela 27 horas por dia, 7 dias por semana (se não chover) para sempre manter a umidade do solo constante. Isso requer a instalação de uma mangueira ou cano de PVC furado que fique pingando sempre e pode ficar no caminho, ficar incômodo se for feito no estilo caseiro. Pode também regar a primeira vez depois colocar uma garrafa PET furada que vá pingado constantemente e que é enchida sempre que necessário.
Um sistema de irrigação automatizado é muito legal, mas requer investimento e o trabalho de uma empresa especializada.
Então, de qualquer forma, lembre-se de regá-la todos os dias até o enraizamento - você saberá que ela enraizou ("pegou") quando começarem a surgir novas folhas. Depois, como ela estará no solo e não num vaso, ela se vira melhor por conta própria e deverá ser regada em épocas de estiagem. Não deixe faltar água para obter mais frutos saborosos!


Legislação
Essa jabuticabeira não pode sair do terreno onde está sem a devida autorização da prefeitura.
A lei municipal de São Paulo no 10.365/87 regulamenta a poda ou o corte (e o transplante) de árvores no município. Ela também diz que se você tiver um "bosque" (três espécies de árvores distintas no mesmo terreno) pode solicitar desconto no IPTU desse imóvel. Mas ai você é bem mais qualificado para estudar a legislação do que eu, divirta-se!
E há uma portaria de no 26/2008 da SVMA que regulamenta de forma mais estrita ainda essa lei, dizendo que árvores poderão, com a devida autorização, ser transplantadas dentro do mesmo terreno no caso de obras.
Saiba disso, pois há multa, implica em compensações ambientais e atinge o dono do terreno, a pessoa que está trabalhando na árvore e demais envolvidos.
Aqui você acha uma listagem da legislação ambiental federal, estadual e municipal.


Do site da prefeitura:
"Para poda de árvores em terrenos de propriedade privada, o munícipe deve obter autorização, mediante solicitação por escrito, na Praça de Atendimento da Subprefeitura do bairro, contendo exposição de motivos e informação sobre a espécie da árvore. Deve anexar também croquis de localização da árvore no terreno, cópia do carnê do IPTU e de comprovante de endereço (conta de água ou luz). A autorização será concedida somente após vistoria do local, efetuada pelo engenheiro agrônomo da Subprefeitura em que está localizado o imóvel.
"
A autorização pode ser solicitada no site, na subprefeitura.


Outros materiais interessantes:
* Manual técnico de arborização urbana da Prefeitura
* Manual técnico de poda da Prefeitura

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Um jardim para sempre


Eu vou. Devo chegar mais tarde, por motivos meramente "rodiziásticos".
Espero que o livro seja o que imagino dele. Eba! :-D


Em tempo:
Ontem lendo um blog vi uma notinha no fim de um post avisando que aquela divulgação não era paga.
Esta aqui tampouco. Aliás, nenhuma que fiz até hoje foi paga. Divulgo o que julgo merecedor, interessante, pertinente. Se quisesse ganhar algo diretamente monetário com o blog, encheria ele de banners e afins, mas acho isso altamente irritante. Para que atrapalhar a sua leitura?

sábado, 23 de agosto de 2008

Perguntas que não querem calar



Não temos tempo a perder! Postagem inspirada na de minha amiga Dani.
(link para o vídeo no You Tube)


Trilha sonora, na voz de Zeca Baleiro

Paciência

Zeca Baleiro

Composição: Lenine e Dudu Falcão

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
A vida não pára

Enquanto o tempo acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora, vou na valsa
A vida é tão rara

Enquanto todo mundo espera a cura do mal
E a loucura finge que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência

O mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência

Será que é tempo que lhe falta pra perceber?
Será que temos esse tempo pra perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara (tão rara)

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Mesmo quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não pára (a vida não pára não)

Será que é tempo que lhe falta pra perceber?
Será que temos esse tempo pra perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara (tão rara)

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para (a vida não pára não)

A vida não pára

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Litros de luz

Amei essa idéia. Estou louca para experimentar em algum lugar. Mas... aonde? Ainda acho aonde, com certeza.
Se você tem um galpão, uma garagem, um puxadinho, uma área de lazer... que tal iluminá-la praticamente de graça e de uma maneira que não exige manutenção? Bom, depois de uns 150 anos, quando o PET deteriorar, ai sim vai ter que fazer uma troca. Mas acho que ainda sai na vantagem!
Vejam o vídeo, encantem-se como eu e apliquem a idéia se puderem. Depois lembrem de me contar como foi!

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Por dentro do Projeto Tietê


Organizada em parceria com a SABESP a instalação reproduz, em tamanho real, um dos coletores de esgoto e apresenta a história da mobilização em prol da recuperação do rio Tietê, as obras, investimentos, os resultados obtidos até agora e informações sobre como participar e monitorar o projeto. O percurso da exposição termina no estande onde ocorrem exibições de vídeos sobre o Projeto Tietê, em sessões organizadas em intervalos de meia hora, durante todo o dia.
fonte (foto e texto acima): http://www.rededasaguas.org.br/ - 01.06.2008


Ontem, no Viva a Mata

Tubo coletor de esgoto em tamanho real

Despoluindo o Tietê


Eles têm verba aprovada por mais dez anos. Com o crescente número de projetos adicionais, a esperança é despoluí-lo nesse prazo. Há avanços visíveis nos mapas abaixo e para as populações da ponta "de lá" do rio.

Antes da primeira etapa do Projeto Tietê

120 km a menos no trecho poluído

Outros 40 km recuperados

Junto com a população, cresceu o todo de esgoto gerado. A % da parte tratada foi calculada em relação ao total coletado, não ao total produzido. Na sua casa há coleta de esgoto?

Túnel de sensações

Descalça e com os olhos vendados fui guiada pelo túnel de sensações. A cobertura do piso mudava, havia um morrinho, árvores, ervas aromáticas, sementes, seixos, água. Muy bien logrado!
Na empolgação não tirei fotos do conjunto, só das sementes que achei bonitas.


Coquinho do palmito Juçara,
aquele que retiram da mata sem autorização e que está sumindo



Copaiba - acima, as sementes
abaixo, folhas, casca e fruto