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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Um Jardim Sem Sentido* e a tal da manutenção

Acho que todo mundo já ouviu a mãe recomendar coisas como 'guarda tal coisa sempre no mesmo lugar, assim vai saber onde procurar da próxima vez'. Ou: 'pendura a roupa em vez de deixar acumular na cadeira'. E daqueles (todos) que já fizemos dietas, alguém não ouviu falar da 'manutenção que pode até ser considerada mais importante que o processo de emagrecimento em si'? Pois então, preparem-se: num jardim acontece exatamente a mesma coisa!!!
Domingo passei de carro ao lado do Parque do Povo, que eu ainda não conhecia nem de vista. Achei muito bacana ter um parque ali do lado da ponte Cidade Jardim. São Paulo é carente de praças e parques e o que vi de passagem era bastante convidativo. Mas tarde nesse mesmo dia fui passear por lá com a Marisa e a Taty. E... nem tudo que brilha é ouro (infelizmente constatei isso sem surpresa nenhuma).
A ideia inicial do projeto descrita aqui e aqui é bastante interessante, prevê o fato do solo ser muito compactado e isso prejudicar a absorção de águas pluviais, a acessibilidade, placas indicativas de serviços e de espécies botânicas. Mas ai falta a tal da 'manutenção da dieta', ou no caso, da manutenção da área verde que é mandatória à implantação do projeto paisagístico. É possível minimizar a manutenção escolhendo espécies adequadas, mas não eliminá-la 100%.
O Jardim Sensitivo, originalmente pensado para atender a deficientes visuais, já perdeu o sentido: cresceu demais, impede a circulação pelo caminho tátil no chão, há espécies que podem até mesmo causar dano físico se alguém quiser acariciá-las como efetivamente são estimuladas a fazer. Há uma trilha feita com relevo no solado para guiar os deficientes visuais, mas ela está invadida, imaginem o susto que deve levar um usuário! Placas em braile eu não vi. Das aromáticas sobrevivem algumas como o manjericão e a lavanda, uma delícia para o olfato.

 

      

 A ciclovia algum dia certamente foi fácil de identificar, mas hoje a cor do seu piso é quase idêntica à do restante e os ciclistas ocupam os caminhos dos pedestres e vice-versa. Já na entrada do parque quase fomos atropeladas pela manada que vinha em duas rodas porque o nosso caminho a pé era oficialmente no meio do vai-vem dos empolgados pedalantes (que estavam no local indicado para aquele trecho).



E as tais das "bacias de captação sob o parque, para que a água permaneça o maior tempo possível no solo, já que os campos e quadras de terra fortemente batidas ou cimentadas e construções desordenadas que ocupavam o local deixaram à área praticamente impermeável (fonte)" não funcionam. Se não foram mal dimensionadas, devem precisar de algum tupo de manutenção.
Já as trilhas explicativas, infelizmente não as vi.
A área de jogos infantis e de aparelhos para exercício de adultos é bacana, colorida, variada. Pena que alguns estão implantados com 'solado' de barro ou que a área de pique-nique não tenha sombra. Mesmo que reponham as trepadeiras que secaram, os suportes (arames) que supostamente devem sustentá-las estão enferrujados, se rompem e são insuficientes e mal dimensionados. Uma pena, já que a ideia de uma parede verde ou de caramanchões de trepadeiras é interessante. As mesas do pique-nique interpreto que deveriam estar cobertas pelas parreiras no verão dando sombra e, por se tratar de uma espécie caduca, deixar passar o agradável e bem-vindo sol de inverno. mas ainda tem que pedir licença para a grama amendoim para chegar até elas (imagino que algumas pessoas até fiquem se perguntando se podem ou não pisar nela).



 

 



Há falhas que são anteriores à falta de manutenção, já são carregadas das fases de projeto e de implantação. Há, por exemplo, caminhos que claramente previam faixas de gramado que posteriormente foram preenchidas com cemento, provavelmente porque o pisoteio não permitia que o gramado crescesse. Falha de projeto. Ou canteiros onde as plantas estão lutando pela sobrevivência, mas sem terem um solo adequado vão lutar, lutar, lutar para morrer na praia. Falha de execução (e talvez de projeto, caso o preparo do solo não tenha sido especificado adequadamente no projeto executivo).




Vi muitos cestos para recicláveis, muito bom! Mas nenhum para o restante do lixo.



Apesar de todas as críticas feitas e não feitas, gostei muito do espaço como um todo, do fato de ter mais um parque à disposição e lamento que a manutenção não lhe faça jus. A grama estava cortada, não havia lixo jogado e tampouco fui premiada pisando em lembrancinhas caninas (um salve a seus donos).








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Veja aqui a programação do parque divulgada no site da Prefeitura. E visite o parque, quem sabe sua opinião seja diametralmente oposta à minha?


Parque do Povo - Mário Pimenta Camargo
* um dos 19/21 da região centro-oeste
   Av. Henriqe Chamma, 490 - Itaim Bibi
   Tel.: 11 3073-1217


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[* Jardim Sem Sentido, named by Taty]
Leia a opinião de Marisa Lima aqui.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Fui à Fiaflora

E não achei tanta graça, infelizmente...

Para mim o Anhembi é demasiado grande [leia-se impessoal e pouco aconchegante] para uma mostra e feira de paisagismo. O Espaço Imigrantes combinava melhor, até pelo seu entorno mais arborizado e pela possibilidade de usar uma área externa dele para parte da mostra ou ainda atividades práticas [pena que isso nunca aconteceu direito, ao menos desde que eu comecei a visitar a feira em 2007. Em 2008 havia uma demonstração de uso de motoserra na porta, já é algo].
Senti falta de plantas (produtores viveiristas), de gente (quase havia eco lá dentro), de conteúdo, de novidades, de se aterem ao tema proposto.
Aonde estavam os palestrantes interessantes no Espaço do Conhecimento? Ano passado vi tanta coisa bacana que em determinados momentos tinha que optar por uma ou outra sala: poda, irrigação, sustentabilidade, paisagistas reconhecidos no mercado falando de graça para os visitantes da feira. Esse ano que vim com a disponibilidade de participar todos os dias da feira para aproveitar as palestras não achei NADA que me convencesse a voltar nos demais dias. Triste isso. O que será que acontece? Cadê o segundo palco que está no mapa? [lá só encontrei um e acho que olhei bem]
Ainda falando do Espaço do Conhecimento, não havia por lá um cartaz indicando a grade de palestrantes e temas oferecidos ao público. Isso me levou a pedir uma programação. Tive que ir à Direção da Feira para conseguir o folheto...

Rodei várias vezes a feira em busca do espaço Tributo a Burle Marx, afinal, o fio condutor dessa edição da feira supostamente eram os 100 anos de Roberto Burle Marx. Para me convencer de que era o que foi tive que ir à Direção da Feira pedir um programa (com mapa da feira) para ver se eu realmente tinha andado por todos os cantos. (Aliás, programa da feira se distribui, não é não? Pelo menos nos dois dias exlusivos para o ppublico-alvo de paisagismo...).

O que achei foi isso que vocês vêem na foto acima, nem mais, nem menos. Será que pensaram mesmo que Burle Marx não merecia mais que isso? Já sentiram vergonha alheia? Eu teria sentido (e muita) se alguma das pessoas lá de Buenos Aires para quem indiquei a feira tivesse aceito o convite de vir comigo a São Paulo visitá-la...
Sinceramente achei que haveria um baita espaço legal (num espaço de 17 x 10m dava pra criar algo muito legal!)


Switch to the bright side.


Taí um espaço na mostra que foi diferente. As fotos não ficaram boas, desculpem. O chão é um alambrado sobre plantas e luzes verdes (vou chutar leds). Em cima, uma bola de arame com água caindo sobre ela. Pena que era difícil ver a água. Roberta Martins soube aproveitar a ocasião.

João Jadão, Cid Carvalho e Ricardo Pessuto também tinham seus espaços (duplos) montados no lugar mais nobre da mostra: o centro. Muito bonitos, como era de se esperar. Deixo as fotos para as revistas que certamente publicarão suas opiniões sobre a feira.

Esse espaço é de Mônica Rio Verde (Tels. 11 7386-1853/ 3586-8580, São Paulo, SP). A Thaís falou com mais detalhes no Cheiro de Mato. Nesse mesmo post falou também de outros espaços da mostra.


Esses pratos fotografei porque achei lindos e podem servir de inspiração para algo que quero fazer lá na oficina de cerâmica ;-).



Não consigo encontrar o cartão da OnG que faz essas maravilhas em jornal, que gafe! Tentei o mapa da feira mas não ajudou muito. Alguém me ajuda? Fui super bem atendida, gostei do produto e do trabalho da OnG. Sei bem que trabalhar com as comunidades é muito necessário, que há uma carência enorme de programas para essa população. Parabéns!

==> Thanks Taty!
Aqui vai o e-mail do Edson para os interessados nesses lindos trabalhos em jormal:
edsondossantos2@yahoo.com.br

NOTÍCIA DA HORA: As Olimpíadas serão no RIO!!!

Perdi até o fio da meada do que mais pretendia falar, então vou parar por aqui mesmo.
Até mais!

Clique nas imagens para ampliar

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Nos vemos na Fiaflora?

Feira Internacional de Negócios de Paisagismo, Jardinagem, Lazer e Floricultura

24 a 27 de setembro 2009
Dias 24 e 25 - das 12 às 21h / Dias 26 e 27 - das 10 às 21h
ANHEMBI - São Paulo - Brasil


Uma pena o site da Fiaflora não conter as palestras que conformarão o Espaço do Conhecimento dessa edição (ou sou eu quem não sabe procurar direito?). Dependendo dessa grade, definirei os dia e horários da minha presença por lá.
(Tô esfregando as mãos de vontade de estar mergulhada em paisagismo).
Nos vemos por lá?

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Emergir, submergir: 2a imersão em paisagismo


De 13 a 16 de agosto de 2009 acontece no Instituto Biológico de São Paulo o 2o Curso de Imersão em Paisagismo organizado pelo paisagista Raul Cânovas. Participei ano passado - valeu cada centavo e cada segundo investidos. Recomendo. Vejam a programação e os profissionais envolvidos.


Mais sobre o curso de 2008 aqui, aqui, aqui e aqui ;-)

Clique nas imagens para ampliar e ler alguma coisa...

terça-feira, 26 de maio de 2009

Senac Santa Cecília realiza seminário de paisagismo

Pra dar vontade:

"...aborda conceitos de infra-estrutura verde e apresenta tipologias como jardins de chuva, canteiros para águas pluviais, biovaletas, cisternas, malhas verdes, tetos verdes, alagados construídos, bacias de retenção e de detenção.

Abbud vai apresentar projetos recentes de sua empresa como forma de ilustrar soluções para a temática. Argumenta que, no passado, o objetivo da área era tratar os vazios urbanos. E que hoje é preciso criá-los com qualidade de dimensão, forte presença visual e continuidade de conexão, resultando em corredores verdes de vida entre os maciços da cidade. Se antes o paisagismo tinha função estética e de contemplação, agora possui também compromisso ambiental, enquanto o próximo passo é atingir a dimensão social.

O evento ocorre dia 4/6/2009, no Senac Consolação, e inclui várias palestras."

quarta-feira, 4 de março de 2009

Curso de paisagismo com Raul Cânovas

Acabo de receber um e-mail divulgando esse curso, que farei com prazer se estiver em Sampa nesse período.

Imagem: divulgação Raul Cânovas


Clique na imagem para ampliar

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Transplantando árvores

Um amigo perguntou se é possível transplantar uma jabuticabeira que ele estima ter 50 anos de idade, apesar de não ser muito grande. Não tenho possibilidade de ver a árvore, estou a mais de 3000km de distância. Tampouco tenho experiência em transplantes de espécies grandes, mas sei que é possível fazê-lo.
Aproveito para postar a resposta que mandarei a ele, porque acho que pode interessar a mais gente e, principalmente, porque quero saber se esqueci algo crucial. Quem quer colaborar?


A pergunta

Olá Elê.

Aqui no terreno em que estão construindo umas casas tem uma jabuticabeira de uns 50 anos. Mas apesar da idade não é nenhum monstro de tamanho.
Seria possível transplantá-la pro meu quintal? Imagino os riscos do trampo mas gostaria de salvar a árvore.
Que acha?
Bjs.


E a resposta

Oi


Não dá para responder de forma curta, porque a cada coisa que escrevo, lembro de mais um aspecto importante. Então, vai em estilo manual mesmo, tentando descrever todos os aspectos envolvidos. Espero que ajude e estou à disposição se ficar alguma dúvida.
Não se assuste com o tanto de informação e, quando decidir e conseguir a autorização (veja o item sobre legislação), faça o transplante e me conte, ok? Pode parecer mais complexo do que realmente é.
Também há empresas que fazem esse serviço, posso procurar se tenho alguma referência aqui para te passar, eles podem te dar um orçamento e assessoria mais experiente.

Mas vamos ao que interessa. É possível sim transplantar a jabuticabeira.


O certo é fazer o transplante com tempo, de forma planejada, fazendo uma sangria. Trata-se de abrir uma canaleta em volta de 1/3 da raiz da árvore, colocar estopa ou saco de juta na parte externa dessa vala e encher com substrato (veja abaixo). Ai espera-se um mês para que esse terço solte novas raízes e faz-se o mesmo com o segundo terço. Mais um mês de espera e faz-se o último terço, já tirando o torrão da árvore e transplantando para o local definitivo.
Esse anel deve ser o mais longe do tronco possível, o legal seria deixar um raio de pelo menos 80cm a partir do tronco. Quanto menos se cortarem as raízes, melhor. É também muito importante que o torrão não quebre ao transplantar a árvore, para não abalar as raízes que ficaram.

Quando for efetivamente fazer o transplante, faz-se uma poda da parte aérea da árvore. Pode dois terços dos galhos e folhas, deixando um terço da parte aérea. Isso serve para a árvore não gastar energia mantendo as folhas e para que não perca água por transpiração, já que a prioridade dela será primeiro lançar novas raízes antes de voltar a crescer folhas. Sem raízes, ela não se alimenta.
O crescimento de folhas pode levar meses até começar. Para saber que a planta continua viva, podemos raspar a parte superficial de algum galho e ver se continua verde, o que significará que a seiva continua circulando. Mas não faça isso demais porque são feridas que ela terá que cicatrizar.

Como estamos no fim do verão (ela vegeta - cresce mais - na primavera e no verão) e quase entrando no outono, a tendencia é ela economizar energias e já não crescer tanto.

[Se precisar acelerar o processo, faça a sangria em duas metades: uma agora, espera um mês e logo retira a árvore.
Se essa espera também não for possível, veja se dá para esperar pelo menos 15 dias, ou então faça de uma vez só... mas ai já é bem mais arriscado.]

Antes de tirar a planta, amarre um cordão vermelho (ou outra cor chamativa) voltada para o norte (ou a parede do fundo, por exemplo, já que o transplante é perto) para poder plantar ela na mesma posição em que estava, pois a planta já está acostumada a essa insolação e direção dos ventos.


O preparo do berço (buraco para onde ela vai): é importante que seja o maior possível.
O buraco deve ser quadrado, assim as raízes encontram uma barreira que conseguem furar (quando é redondo elas muitas vezes enroscam acompanhando a parede e isso funciona como se fosse um vaso e a planta já não se desenvolve tanto quanto poderia).
Ao fazer o berço, peça para fazerem dois montes, um com os 20 a 30cm de cima da terra retirada (essa camada superficial é a parte que contém nutrientes) e outro com o resto. Nessa porção superior, misture calcário dolomítico (não é cal de construção), que ajuda a equilibrar o pH da terra (o ideal é ter um pH neutro entre 6 e 7).
Se quiser, compre o peagâmetro para medir o pH, mas dá para ir por aproximação sem muito erro. Os solos de São Paulo são invariavelmente ácidos, então temos que corrigir o pH (isso se chama calagem) adicionando calcário dolomítico. Se não fizermos isso, não adianta colocarmos outros adubos, pois a planta num solo ácido não consegue absorver os nutrientes (a não ser que seja uma planta que gosta de solo ácido, a minoria).
150g de calcário dolomítico por metro quadrado corrigem um ponto de acidez. Se for fazer sem medição, suba 1,5 pontos - ou seja, use 225g de calcário por metro quadrado. Eu tenho um monte de calcário em casa. Pede ao meu irmão. Está (...), lado direito. É um saco plástico com um pó branco que está aberto e amarrado. Pozinho chato, cuidado para não aspirar! Basta polvilhar naqueles 20 a 30cm mais superficiais que vamos separar e incorporar bem. A calagem deve ser feita pelo menos 30 dias antes.


Quanto ao substrato de plantio, vamos fazer uma mistura de 1/3 de substrato (por exemplo da marca Biomix, à venda no CEASA ou em garden centers como o da Av. dos Bandeirantes - o CEASA é bem mais em conta) + 1/3 de areia de construção média ou grossa (ajuda na drenagem) e 1/3 da terra do jardim que você tirou ao fazer o buraco - aquela camada superficial que recebeu a calagem. Se precisar, complete com algo da parte mais de baixo da terra. Importante quebrar bem os torrões e tirar todas as pedras, lixo etc. dessa terra que sai do berço.
Ainda no plantio, vamos decidir se você irá manter a jabuticabeira de forma orgânica (mais saudável e natural e sem adubos químicos ou agrotóxicos) ou química, com adubos químicos como o NPK e agrotóxicos quando forem necessários (mais fácil). Eu voto pelo orgânico, por se tratar se uma frutífera e porque sei que na sua casa as coisas crescem bem mesmo quando não lhes damos nenhuma atenção. Com o trato do berço na hora do plantio então, irá de vento em popa.


Na hora do plantio, é também muito importante que o nível do chão permaneça o mesmo. É preferível plantar a árvore um pouco mais alta que o chão (15cm), já que a terra irá invariavelmente ceder com o tempo. Não devemos compactar demais senão as novas raízes terão muita dificuldade em crescer. Ela nunca deve ficar mais baixa que o nível do solo, porque se o colo (um ponto entre as raízes e o tronco, não dá exatamente para identificar) for coberto, isso trará doenças futuras (o que pode demorar anos e até décadas para acontecer, mas certamente diminui a expectativa de vida e a saúde da árvore, afetando o crescimento, a frutificação, a resistência).


Para carregar a jabuticabeira há diversas formas, dependendo do tamanho e do peso dela. Uma tentativa pode ser a de passar uma corda no torrão, ai duas ou quarto pessoas erguem o torrão pela corda e mais uma ou duas erguem a copa amarrada (previamente podada como já descrito acima). Ao caminhar, é importante que o torrão vá na frente abrindo caminho, pois facilita o plantio.
Talvez seja necessário um caminhão-munk? Em agosto de 2008 o aluguel de um munk custava entre R$ 80,00 e R$ 100,00 a hora.


Quanto às regas, frequencia e quantidade, a jabuticabeira AMA água, ela bebe muito. O sistema ideal de rega dela é o por gotejamento, ou seja, fica pingando água nela 27 horas por dia, 7 dias por semana (se não chover) para sempre manter a umidade do solo constante. Isso requer a instalação de uma mangueira ou cano de PVC furado que fique pingando sempre e pode ficar no caminho, ficar incômodo se for feito no estilo caseiro. Pode também regar a primeira vez depois colocar uma garrafa PET furada que vá pingado constantemente e que é enchida sempre que necessário.
Um sistema de irrigação automatizado é muito legal, mas requer investimento e o trabalho de uma empresa especializada.
Então, de qualquer forma, lembre-se de regá-la todos os dias até o enraizamento - você saberá que ela enraizou ("pegou") quando começarem a surgir novas folhas. Depois, como ela estará no solo e não num vaso, ela se vira melhor por conta própria e deverá ser regada em épocas de estiagem. Não deixe faltar água para obter mais frutos saborosos!


Legislação
Essa jabuticabeira não pode sair do terreno onde está sem a devida autorização da prefeitura.
A lei municipal de São Paulo no 10.365/87 regulamenta a poda ou o corte (e o transplante) de árvores no município. Ela também diz que se você tiver um "bosque" (três espécies de árvores distintas no mesmo terreno) pode solicitar desconto no IPTU desse imóvel. Mas ai você é bem mais qualificado para estudar a legislação do que eu, divirta-se!
E há uma portaria de no 26/2008 da SVMA que regulamenta de forma mais estrita ainda essa lei, dizendo que árvores poderão, com a devida autorização, ser transplantadas dentro do mesmo terreno no caso de obras.
Saiba disso, pois há multa, implica em compensações ambientais e atinge o dono do terreno, a pessoa que está trabalhando na árvore e demais envolvidos.
Aqui você acha uma listagem da legislação ambiental federal, estadual e municipal.


Do site da prefeitura:
"Para poda de árvores em terrenos de propriedade privada, o munícipe deve obter autorização, mediante solicitação por escrito, na Praça de Atendimento da Subprefeitura do bairro, contendo exposição de motivos e informação sobre a espécie da árvore. Deve anexar também croquis de localização da árvore no terreno, cópia do carnê do IPTU e de comprovante de endereço (conta de água ou luz). A autorização será concedida somente após vistoria do local, efetuada pelo engenheiro agrônomo da Subprefeitura em que está localizado o imóvel.
"
A autorização pode ser solicitada no site, na subprefeitura.


Outros materiais interessantes:
* Manual técnico de arborização urbana da Prefeitura
* Manual técnico de poda da Prefeitura

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Senac Santa Cecília promove 3ª Semana da Jardinagem e Paisagismo


Vou divulgar um evento bacana da jardinagem e do paisagismo para não ficar sem aparecer por falta de tempo de me inspirar, quanto mais para escrever...
O Senac Santa Cecília promove a 3a Semana da jardinagem e Paisagismo em fevereiro. Pena que não estarei em terras tupiniquins. Quem vai me contar como foi?


16/12/2008 18h45min

De 9 a 13 de fevereiro de 2009, o Senac Santa Cecília realiza a 3ª Semana da Jardinagem e Paisagismo. Repleta de palestras sobre essas duas áreas, a realização visa possibilitar uma integração com o mercado de trabalho, por meio de apresentações de profissionais e empresas do segmento.

O evento também tem seu caráter social. Para participar os interessados deverão fazer inscrição antecipadamente, por telefone ou pessoalmente, e trazer um quilo de alimento não-perecível, exceto sal. A arrecadação será destinada à Casa Eu Amo a Vida, que fica no Jd. Vila Formosa, em São Paulo.

Nas duas edições anteriores da Semana foram doados cerca de 800 quilos de alimentos, e a expectativa é aumentar consideravelmente esse número. São convidados para a realização, arquitetos, engenheiros, floristas, paisagistas, biólogos, designers, professores, assim como profissionais da área de administração e interessados em geral.

Confira abaixo a programação completa. Para mais informações dirija-se ao Senac Santa Cecília, que fica na Alameda Barros, 910 - São Paulo – SP, ou entre em contato pelo telefone (11) 2178-0200.



Visite o site para ver a programação completa e DIVIRTA-SE!

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Um jardim para sempre


Eu vou. Devo chegar mais tarde, por motivos meramente "rodiziásticos".
Espero que o livro seja o que imagino dele. Eba! :-D


Em tempo:
Ontem lendo um blog vi uma notinha no fim de um post avisando que aquela divulgação não era paga.
Esta aqui tampouco. Aliás, nenhuma que fiz até hoje foi paga. Divulgo o que julgo merecedor, interessante, pertinente. Se quisesse ganhar algo diretamente monetário com o blog, encheria ele de banners e afins, mas acho isso altamente irritante. Para que atrapalhar a sua leitura?

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

By Assucena querida


Dia 29 de outubro de 2008, numa quarta, estarei na Livraria Cultura compartilhando da boa energia de Assucena que nessa noite tenho certeza estará melhor ainda.
Será a noite de autógrafos de seu livro "Da planta ao jardim", que já tem lugar reservado em minha prateleira.
***
PS.: Foi o máximo! Encontrei muita gente querida, bati muito papo, tomei pouco vinho. O calor humano se fez sentir, as filas (uma para comprar, outra para autografar) estavam enormes e todos os exemplares disponíveis foram vendidos. Parabéns, Assucena!
Elena - 03.11.2008

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Fiaflora 2009

Enquanto seu lobo não vem...

...

A Fiaflora 2008 acabou! Agora só ano que vem.
Visitei a feira na quinta e no sábado. Achei que sábado seria atropelada por uma horda de visitantes, mas não. Esse ano a feira me pareceu vazia. De expositores e de visitantes. Será? O espaço foi o mesmo do ano passado, por que será que tive essa sensação de que estava vazio de expositores?
Gostei muito de assistir às palestras de Gilberto Elkis, Gil Fialho, Ana Rita Pires Stenico e Ricardo Pessuto, entre outras. Lamentei não poder ir na sexta para ver as de Raul Cânovas e Fabio Robba. Mas não se pode estar em dois lugares ao mesmo tempo, portanto...

Adorei o stand do Sabor de Fazenda com a Biomix - ficou lindo! Parabéns Sabrina e Silvia.
Os vizinhos Tropical Design, Flora Mata Atlântica e Trees também estavam ótimos.
Descobri um novo piso intertravado com cantos arredondados que gostei muito.
E alguns vasos espetaculares. De linha de produção e também os de produção artesanal mais exclusivos.

Encontrei uma amiga e seu marido passeando e finalizei a feira desmontando stand... Só eu mesmo!
Uma amiga ceramista que mora perto de casa estava expondo lá. Como eu já ia ficar até quase o fim mesmo por causa das palestras, ofereci ajuda para desmontagem. Assim ela conseguiu levar tudo no sábado e não precisou voltar ao espaço no domingo. Foi divertido o papo e a desmontagem, ver o caos de gente se atropelando com carrinhos, plantas, vasos, caixas, vidros.
Acho espantoso que um espaço de eventos tão novo não tenha pensado na circulação externa de expositores e seu veículos (caminhões, carros, pickups, vans, carroças de todos modelos e cores). A desmontagem foi caótica! Trânsito, mal-humor e buzinas (além de um agradável ar temperado com CO!) reinavam no sábado à noite no Espaço Imigrantes. Teria sido tão difícil pensar em uma rua de mão dupla + espaço reservado ao trânsito de carregadores quando criaram / construiram o espaço? (Será que houve planejamento?) Espero que tenha havido um bom motivo para isso não existir...
Motivo de espanto: os bombeiros recolhendo extintores de incêndio às 19h00 - sendo que a feira fechava para os visitantes às 20h00 e a desmontagem deve ter se extendido até bem mais das 21h30, que foi quando Clara e eu conseguimos sair de lá. Corrijam-me se estiver errada, mas não é justo nessas horas o maior risco de incêncio? Desmontagem, muitas embalagens, carpetes sendo enrolados, gente às pressas, fios elétricos que antes estavam por baixo dos carpetes... possibilidade de curtos...
E o estacionamento de visitantes? Mal dimensionado. Na quinta estava lotado quando cheguei - só não sei onde estavam as pessoas que vieram naquele mundo de carros. Tive que estacionar em cima da grama, pode? Justo numa feira de paisagismo... que contradição!

Como continuo sem máquina fotográfica pude visitar tudo e observar melhor. Do contrário is querer fotografar, fotografar, fotografar...

Resumindo: gostei mais da Fiaflora do ano passado, talvez porque foi a primeira que visitei. Ano que vem poderei dar novo parecer.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

São Paulo: mais de 4600 praças

Pode não parecer - até mesmo o artigo "Uma praça de presente" diz isso - mas São Paulo tem mais de 4.600 praças e no dia 2 de outubro de 2008 terá mais uma, a Praça Victor Civita. Oba!
Visitar praças e parques está se tornando uma vontade cada vez maior. Para que ficar sempre nas mesmas? Há um mundo por descobrir aqui mesmo antes de gastar com viagens. Não que seja a mesma coisa, longe disso! Mas conhecer o nosso faz com que gostemos mais da cidade e tenhamos mais vontade de cuidar dela.
Essa especificamente tem ainda um detalhe interessante de sua história:

"(...) Fruto de uma parceria entre a prefeitura e o Instituto Abril, a reocupação do prédio do antigo incinerador e seu entorno se mostrou um grande desafio. “Uma equipe de técnicos detectou no terreno contaminação por metais pesados e fuligem”, explica a arquiteta Adriana Levisky, que assina o projeto de reabilitação com as arquitetas Anna Júlia Dietzsch e Renata Gomes. Substituir ou descontaminar o solo seria demorado. Cimentar tudo não seria ecológico. A trinca de profissionais propôs, então, cobrir o terreno com 50 cm de terra para isolar a contaminação. Mas não só isso. O projeto definiu ainda uma alternativa pioneira: construir decks a 1 m do chão. “Manter a história do lugar faz da praça um espaço de reflexão”, diz Adriana. Em vários percursos, painéis vão apresentar informações sobre sustentabilidade e dar dicas de boas práticas para o dia-a-dia. (...)"

Itatiba está terminando um parque que também será muito especial, como eu já contei brevemente aqui.

Por projetos como esses, pela reforma da praça perto de casa, pelas jabuticabeiras, pitangueiras, petréias em flor, pela cidade mais verde e por palestras sobre sustentabilidade como a que assisti ontem no Ibmec é que acredito que sim, podemos ter um presente e um futuro melhores.

***
Praça Victor Civita
Abertura ao público: 02.10.2008
quase 14 mil m2 na rua Sumidouro, em Pinheiros
o terreno abrigou por 40 anos um incinerador

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Qualidade de vida em Sampa

Olha só que bacana (do site Planeta Sustentável, artigo publicado em 18.08.2008):

Praças e parques de São Paulo: espaços de convivência
Com 5.500 praças e 43 parques municipais concluídos, que devem chegar a 100, até 2012, São Paulo tem procurado criar soluções para melhoria da qualidade de vida da população

Por Thays Prado

Com uma rotina que envolve trânsito, poluição, correria e muito concreto, é fundamental para a saúde mental dos paulistanos – e de todos os moradores de grandes cidades – ter seus momentos de lazer e de contato com a natureza. Em uma cidade sem praia, nada melhor do que usufruir das praças e parques – espaços públicos, a que todos podem ter acesso, passear com a família, reunir amigos, conhecer novas pessoas e desfrutar de uma paisagem mais verde.

Em evento realizado no dia 14 de agosto, na Editora Abril, quatro especialistas falaram um pouco da situação de nossos espaços públicos de convivência e apontaram soluções – já em andamento – para a preservação e melhoria das praças e parques de São Paulo.

Eduardo Jorge, secretário Municipal do Verde e do Meio Ambiente da cidade de São Paulo, falou sobre o Programa 100 Parques para São Paulo, uma iniciativa da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, que prevê um total de 100 parques para o município até o ano de 2012.

O secretário comentou que, em 2005, a cidade contava com 33 parques. Desde então, outros dez foram construídos e mais vinte e três estão em fase de implementação. Trinta e quatro novas áreas já foram desapropriadas com a intenção de serem transformadas em parques nos próximos anos e outras 32 áreas estão em fase de negociação e pode ser que também sejam destinadas ao Meio Ambiente.

No último ano, dos quase R$315 milhões que compõem o orçamento da secretaria, cerca de R$50 milhões foram investidos em parques lineares, áreas verdes próximas às várzeas dos rios que, além de se constituírem como espaços de lazer, impedem as enchentes e a invasão imobiliária sobre as águas. De acordo com Eduardo Jorge, a intenção é conseguir mais R$200 milhões junto ao FUNDEMA – Fundo de Defesa do Meio Ambiente para investir nessa mesma tendência no ano que vem.

Um modificação na dinâmica de escolha dos responsáveis pela manutenção e administração dos parques já trouxe vitalidade para esses espaços. Anteriormente, os cargos eram nomeados por vereadores, mas, este ano, foi lançado um edital para a seleção dos profissionais, para o qual mais de duas mil pessoas com nível universitário e experiência em gestão ambiental se inscreveram. “Foi um grande salto administrativo”, garante Eduardo Jorge. Outro quesito que mereceu investimento foi a segurança dos parques municipais. Atualmente, todos eles contam com segurança privada, o que consome R$18 milhões do orçamento da secretaria.

Durante o encontro, o secretário Eduardo Jorge também anunciou o lançamento, previsto para o dia 28 de agosto, do Programa Zeladores, que consiste em contratar moradores do entorno de praças que estejam desempregados e treiná-los para que façam a manutenção desses espaços de convivência. Inicialmente, será feita uma experiência com 40 pessoas, que deve se expandir se o programa funcionar bem.

sábado, 26 de abril de 2008

Parques municipais de São Paulo

Tenho um caderninho que nasceu com uma amiga da faculdade. Nele registrávamos coisas legais que podiam ser e queriam ser feitas por nós. Na hora do tempo ocioso, claro que mal lembrávamos dele... Alguns tópicos (poucos) foram feitos.
Agora tenho mais uma coisa legal para fazer no "tempo livre" (ãhn? Que tempo livre??): visitar os parques municipais de São Paulo, que hoje são 32
(em negrito, os que conheço):

* parques zona leste:

o Santa Amélia

o Chácara das Flores

o Chico Mendes

o Raul Seixas

o Carmo (1)

o Piqueri

* parques zona norte:

o Anhanguera (2)

o Lions Club Tucuruvi

o Rodrigo de Gásperi

o Jardim Felicidade

o São Domingos

o Cidade de Toronto

o Vila Guilherme

o Vila dos Remédios

* parques zona oeste:

o Luís Carlos Prestes

o Raposo Tavares

o Alfredo Volpi (3)

o Cemucam

o Previdência

* parques centro:

o Luz (4)

o Buenos Aires (5)

o Tenente Siqueira Campos (Trianon) (6)

o Aclimação (7)

* parques zona sul:

o Independência (8)

o Ibirapuera (9)

o Eucaliptos

o Lina e Paulo Raia

o Severo Gomes (10)

o Burle Marx (11)

o Santo Dias (12)

o Nabuco (13)

o Guarapiranga (14)

(1) neste há um planetário e uma escola de astro-física que ainda não conheci, além de um belíssimo bosque de cerejeiras
(2) com a torre de transmissão, de onde se tem uma vista bárbara da cidade; lá, participei de uma das várias provas de rally a pé (aliás, foi lá que esse nome surgiu para as provas de regularidade)
(3) ou Bosque do Morumbi, onde minha mãe nos levava sempre
(4) se não me engano, o primeiro da cidade; a avenida Tiradentes tinha um canteiro central todo arborizado (4 fileiras de árvores!) e era linda, mas sucumbiu ao crescimento urbano...
(5) era praça e foi promovida a parque – áreas públicas verdes municipais com mais de 5.000 m2 já são classificadas como parque
(6) mata atlântica original, com jequitibás de 300 anos (!) e algumas espécies exóticas introduzidas por Burle Marx, como a espatódia
(7) o lago dele me faz pensar em um mini-Ibiurapuera...
(8) ou “Parque do Ipiranga” - estilo francês, muito bonito e hoje bem cuidado; gosto também do bosque que fica atrás do museu
(9) esse é o maior que conheço e imagino que seja o maior de São Paulo; visitem o planetário – é inesquecível!
(10) pertinho de casa; costumava fazer minhas caminhadas por lá, algo que preciso retomar urgentemente! Quando criança, nos levavam para andar de bicicleta lá – na época não havia grades e era bem diferente do atual paisagismo
(11) tranqüilo, delicioso para uma boa leitura no gramado ou caminhadas com aclives e declives; as trilhas possuem distâncias, grau de dificuldade e sinalização
(12) no Capão Redondo, onde a população precisa mesmo de mais opções de lazer
(13) uma de minhas avós gostava muito deste, onde sempre íamos quando ela vinha nos visitar
(14) esse faz tempo que não visito; minha mãe não gostava muito das ladeiras sem fim de lá...